Em parte do meio literário brasileiro, composto por ex-monges, freiras e futuros(as) virgens, um livro como Contos hediondos, de Glauco Mattoso, será visto como injurioso, apelativo, nojento, "geração 90" e infame. Mas a verdade é outra: levando-se em conta que existem basicamente dois tipos de literatura, a boa e a ruim, que importa não apenas o que é narrado, mas sobretudo como é narrado, e que a cretinice e o patrulhamento contra eventuais "desvios" são moedas correntes, o fato de que um livro como Contos hediondos venha à luz é digno de ser celebrado.