Inicialmente, contextualizando o serviço de Plantão de Psicológico em seu arcabouço teórico, a obra se desenvolve em seus aspectos eminentemente práticos de uma escuta sensível e profunda, buscando articular os pressupostos que embasam as atitudes de um psicoterapeuta com uma atuação voltada para uma sociedade em pleno processo de crescimento como a do século XXI. Ultrapassar os limites de um atendimento clínico nascido em um modelo biomédico é o principal foco da publicação, ampliando cada vez mais as inovações de um modelo fenomenológico existencial com ênfase na Abordagem Centrada na Pessoa. Avançar de uma estrutura tradicional para uma clínica social é o destino das inquietações que os autores primaram em indagar. Questões, como, de que clínica se trata o plantão, de que lugar se pode falar de setting terapêutico nesse contexto, foi o início das discussões que teceram o pano de fundo da obra. Buscando não responder, mas, sobretudo, ampliar o entendimento desse serviço, necessário se fez nos desvincularmos do panorama tradicional de psicoterapia e inserirmos essa prática refletida em contextos sociais diversos, carregados de possibilidades de atuações, sob a visada de um olhar clínico. Nessas páginas, o leitor vai encontrar relatos de pesquisas científicas, relatos de experiências de plantonistas, a opinião de usuários sobre o serviço em organizações como escolas públicas e hospital geral, tendo como realce da obra a procura do serviço por crianças do ensino fundamental. A não priorização de uma técnica, mas a relevância de uma relação psicoterapêutica foi o ápice de um encontro que, simples em sua estruturação, mas profundo em seus diálogos, deu abertura às possibilidades de ressignificação do humano até onde nossa própria humanidade pode permitir.