Nas intertexturas de Aralina, a ideia de banzo funciona como alegoria na medida em que inúmeras imagens somam-se para compor esse mal-estar causado pelo afastamento da terra-mãe. Nei Lopes, em sua ENCICLOPÉDIA BRASILEIRA DA Diáspora africana, define banzo como espécie de nostalgia com depressão profunda, quase sempre fatal, em que caíam alguns africanos escravizados nas Américas. O termo tem origem ou no quicongo mbanzu, "pensamento", "lembrança", ou no quimbundo mbonzo, "saudade", "paixão", "mágoa". O Eu poético, cuja voz é tanto singular quanto plural, se interroga, explicita sua dor, experimenta a aspereza de um local onde ele se encontra após a travessia: "que lugar é este? Leste? Neste? Oeste..." "Pele e alma rompem-se em crateras". Suas reminiscências evocadas pela mãe, pela filha, pelo pai, pelo garçom, pelo moço, pela moça, pela linha, etc. dão a ideia de passado, mesmo que as fronteiras entre um antes e um depois não estejam bem demarcadas.