Itziar Ziga conhece a cidade como quem sempre viveu fora. Anda pelas ruas como se pertencessem a ela. Sapatos de princesinha, mas com as solas desgastadas. Dá pra perceber que já fez todos os trajetos, tanto de noite quanto de dia, tanto alerta quanto doidona, com os olhos cheios de lágrimas ou de raiva, em grupo, casal, trisal, sozinha, mas sempre parte da matilha. Mulher da rua, garota de bar, rata de livrarias e corredora de manifestações. Itziar Ziga é uma mistureba político-cultural: o campo e a cidade, sua mãe e suas colegas, Euskalerria e Catalunya, o melô e o feminismo iraquiano, Judith Butler e Manuela Trasobares, a teoria queer e as oficinas de pantojismo, a cultura trans e as avós putas, Alaska e Benedetti, santa Ágata e a Dulce Neus. trecho do prefácio de Paul B. Preciado e Virginie Despentes