La Mamma é uma figura que, junto aos familiares, desfruta de especial prestígio e autoridade, beirando a reverência. Suas palavras são sempre consideradas sábias, suas ponderações exatas, suas ordens acatadas e cumpridas. Sua autoridade é de caráter moral, silenciosa, sutil, evanescente. Ninguém ousa contrariá-la, muito menos agredi-la, nem mesmo verbalmente. Agressão física à Mamma recende a sacrilégio. La Mamma é visceralmente amorosa, profundamente carinhosa, cheia da ternura. Vive em função da família. Por ela se desdobra, sofre, luta, vive. Para defendê-la vira uma leoa, se preciso for. Seu afeto é centrado nos filhos. O colo da Mamma é lugar de refúgio, calor, paz e afeto, disputado pelos filhos pequenos. O seu peito aconchegante e os seios macios são o melhor berço para acalmar, ninar e adormecer docemente os filhotes. La Mamma geralmente é baixinha, gordinha sem ser obesa. Preza a limpeza do corpo. Não usa perfumes e maquiagens, não frequenta salões de beleza, não pinta as unhas nem apara as sobrancelhas, não usa batom, apenas eventualmente uma leve mão de pó de arroz no rosto e pescoço. Usa roupas pretas, saias longas até os pés, sandálias rústicas. La Mamma sabe ser severa e compreensiva, impositiva e persuasiva, exigente e dedicada, forte e carinhosa, irada e amorosa. É dada a escutar mais do que a falar. Seus gestos e expressões faciais dizem mais do que as palavras. Seu silêncio soa mais alto do que a fala. O perfil, a conduta e a história pessoal de Rosa Dal Bosco se encaixam como uma luva nos pré-requisitos exigidos para obter de pleno direito o título de Mamma Rosa. É o que será sobejamente constatado e confirmado ao longo dessa narrativa. (Texto extraído do livro)