A autora registra a fala de uma comunidade negra que vive hoje nos subúrbios de Bom Despacho/MG. Trata-se de uma língua peculiar, pois seus falantes a adquirem depois de adultos em rodas de amigos e a utilizam quase que unicamente nos momentos de lazer. Para chegar a essa estrutura lingüística, Sônia Queiroz mostra ao leitor bem mais que o falar inusitado de uma comunidade. A autora recupera a história da chegada do negro ao Brasil e, mais especificamente, a Minas Gerais. Para contar a história da língua dos negros da Tabatinga, o livro fala da importância da influência negra na constituição da cultura brasileira. E deixa claro que os legados culturais dos negros não se restringem a influências. Constituem parte fundamental da cultura estabelecida no país.