Pedro César Batista abre de novo a chaga, cumpridos dez anos do massacre. Mas ele não cai na tentação de idealizar os marchantes. Ao contrário. Apresenta cada um deles em sua dimensão humana ( Antônio da Maria, Oziel, Mônica e tantos outros ) com todas as contradições inerentes a qualquer um de nós. Compartilhamos os seus medos e as suas alegrias. Ficamos estarrecidos com a selvagem tortura que leva Oziel à morte. Somos subitamente transportados, neste momento, do sul do Pará para o Estádio Nacional de Santiago do Chile, onde, em 1973, os algozes de Pinochet usaram métodos bem semelhantes para humilhar e assassinar gente como o eterno Victor Jara.