A origem da espécie investiga uma das histórias mais antigas que ainda se contam na face da Terra: o Mito do Roubo do Fogo. Mitos pertencem, sobretudo, ao campo da etnologia. São ainda objeto da filosofia, da história das religiões, da sociologia, da psicologia, da psicanálise, de outros ramos do conhecimento. Que faz, então, um romancista, um contador de histórias como Alberto Mussa, no terreno do mito? Ele responde: Mitos são, no fim das contas, apenas mais um gênero de narrativa; embora seja, para mim, o gênero por excelência o mais exuberante, o mais perfeito entre todos, por condensar o máximo de conteúdo com um mínimo de expressão. A origem da espécie é um ensaio literário que reconstitui as personagens e o arcabouço da trama original do Mito do Roubo do Fogo um poderoso programa ideológico, um código dos valores fundamentais da humanidade primordial, que inclui: o alimento cozido; a caça como expressão da inteligência; o tabu do incesto; e o poder xamânico, segundo o [...]