Este livro discute a centralidade da obra do jurista Agostinho Marques Perdigão Malheiro estava expressa na crítica jurídico-social da escravidão, parâmetro fundamental das suas propostas emancipacionistas. A defesa de uma reforma intelectual e moral da sociedade consubstanciada na universalização da instrução primária, a contestação da representação legal do escravo como inimigo doméstico e público, a questão do cativo adquirir personalidade jurídica, a crítica da coisificação do escravo e a demonstração das ambiguidades que perpassavam a legislação concernente aos indígenas, eram temas centrais de um projeto de futuro que refletia sobre a emergência da "potencialidade política" de indivíduos e grupos que sentiam a ausência da liberdade civil, focando os entraves às possibilidades de consolidação de um estilo de vida igualitário na sociedade brasileira oitocentista.