Num painel enriquecido pelas lembranças da infância, a autora nos introduz na sua arqueologia sentimental, traçando a trajetória da mulher que ali se forjou e cujo destino foi construído sob o signo da tenacidade. Espírito que resistiu ceder às adversidades, Frederica Kriek fala de sonhos e frustrações, de expectativas e desesperanças. Relata, com sutileza de detalhes a descoberta da doença, o horror da mutilação, a aspereza do tratamento, a turbulência em que quase foi tragada pela sucessão de infortúnios. A mulher obstinada jamais esmoreceu. aliou-se à vida e se deixou reconstruir como pessoa, perseguindo, impertubavelmente, a luz que assomava no final do túnel. Esse livro é um documento, um libelo, uma advertência e uma lição.