Estamos diante de um texto escrito por autores, amigos morais (segundo Engelhardt) que trabalham juntos as questões de Bioética há mais de duas décadas, um percurso iniciado em 1995, e que têm distintos backgrounds em termos de conhecimento, formação científica e trabalho profissional. Longe de antagonismos em virtude dessas diferenças, nutrimos ao longo desse tempo uma sintonia e um sincronismo em assuntos de interesse da Bioé¬tica, como a promoção, proteção e defesa dos valores éticos relacionados com a vida, no sentido mais amplo possível, e os cuidados humanizados na esfera do sistema de saúde e do exercício profissional das diferentes profissões da saúde. Hossne tinha formação em ciências médicas, tendo sido médico-cirurgião, e em humanidades médicas. Homem público, serviu em inúmeras instituições de prestígio nacional e em universidades públicas brasileiras. Pessini tem formação em ciências humanas (filosofia e teologia), é camiliano e realizou seus estudos bioéticos nos EUA no início da década de 1980, quando a Bioética ainda engatinhava, em sua infância histórica, com apenas 12 anos de idade. Barchifontaine é camiliano; profissionalmente, é enfermeiro e administrador universitário. Consideramos os anos de 1970 e 1971 referência de data do surgimento da Bioética, que aconteceu quase que simultaneamente em dois locais: Madison (WI), com V. R. Potter, e Washington D.C., na Georgetown University, no Instituto Kennedy. Este texto celebra 20 anos de reflexão, militância, amizade e caminhada nas sendas desafiadoras da Bioética contemporânea. Nossa condição humana e profissional representa, desse modo, a característica fundamental da Bioética: um saber de cunho inter, multi e transdisciplinar. Leo Pessini