Um balconista de farmácia, uma vidinha sem graça e quaisquer perspectivas, um namoro frio e raros momentos de diversão bebendo com os amigos. Esta é a rotina de Alberto Franco, protagonista do romance de estréia do jornalista Vinícius Pinheiro, O roteirista uma fábula vulgar, que, sem o menor talento para qualquer posto dentro de uma produção cinematográfica, só vê um jeito para não largar a faculdade: tornar-se o melhor roteirista da história do cinema. Sua fama, porém, se espalha antes mesmo de ter escrito sequer uma linha do Roteiro, como passa a ser cha­ma­do, de maneira quase messiânica. Em paralelo à confusão em que se meteu, Franco conhece Camila. Num turbilhão, ela muda sua rotina por completo, levando-o a questionar a canalhice cotidiana que leva envolvendo-se a cada semana com uma menina, apesar do quase casamento com Lúcia e a querer, enfim, dar um rumo em sua vida e, talvez, conseguir escrever o Roteiro para o qual a faculdade já se prontificou a financiar a filmagem. Segundo Vinícius Pinheiro, 'Franco não passa de um cara como outro qualquer, embora essa seja a última coisa que ele deseja ser'. Um romance, portanto, que mostra a luta do protagonista em busca de uma identidade - ainda que inventada por ele mesmo.