O que há de comum entre uma sequência de edifícios pichados, o odor fétido exalado do leito de um rio, queixas da vizinhança a respeito de uma barulhenta boate e o suicídio de um colega de trabalho vítima de assédio moral por parte de seu superior hierárquico? Por mais heterogêneas que possam parecer tais circunstâncias, todas retratam, juridicamente, à sua maneira, possíveis cenários de poluição. O conceito científico de poluição até então construído e consagrado em terrae brasilis é suficiente para atender às particularidades do meio ambiente do trabalho?(reconhecendo-se que a construção conceitual do vocábulo poluição ainda não findou, porque segue sensível ao ritmo das novas tecnologias, bem como levando em conta que fatores ergonômicos e psicossociais também integram a noção de meio ambiente laboral, qual seria, então, o exato contorno jurídico de uma dita poluição labor-ambiental? O livro que ora se apresenta ao público tem a sua gênese na tese doutoral defendida com excelência pelo seu autor perante banca de defesa na prestigiada Universidade de São Paulo (USP) e destaca-se por revelar uma pesquisa séria, atual e qualificada. A obra labora na edificação doutrinária da novel especialidade do Direito Ambiental do Trabalho. Ao desenhar os conceitos centrais de tal seara jurídica, o texto brinda o leitor com a profundidade e a qualidade já conhecidas de outros textos do seu autor, explorando, entre diversos outros pontos, o conceito-chave (e, cabe frisar, estruturante da nova disciplina jurídica) de poluição ambiental trabalhista ou poluição labor-ambiental, como propõe o autor texto extraído da Apresentação lavrada por Ingo Wolfgang Sarlet e Tiago Fensterseifer