Solrac Ongam estava "confinado" pelo seu editor em Madri até que terminasse seu último livro, premido por uma data fatal de entrega. Ele escrevia à noite e toda manhã saía para tomar café perto da Estação de Atocha. Lá, ele se deparou com algo inusitado. Em uma das mesas do Café, dois senhores idosos. Um lia um texto e o outro ouvia. O que ouvia era o escritor do texto. Os dois entravam em discussões e atritos. A leitura dizia respeito a Jesus. O leitor não aceitava que se fizesse ficção sobre Jesus. O escritor discordava a afirmava que poderia escrever ficção sobre quem bem entendesse: sobre Deus e sobre o diabo. Em uma manhã, após terminar a leitura, os dois homens saíram apressados para pegar o trem. Esqueceram o manuscrito sobre a mesa. Solrac Ongam nunca mais os veria. Encantado com a história do texto, que ele batizou de O Manuscrito de Madri, Solrac Ongam o entregou ao seu editor, na esperança de sensibilizá-lo a transformar aquele material em livro. Esta é a história do livro que você tem à mão. Abra-o e entenda porque Solrac Ongam se interessou por ele.