Desde a perspectiva dos estudos culturais, especialmente na vertente dos estudos de recepção, a proposta do trabalho é o enfrentamento empírico e teórico de capturar os fluxos midiáticos e comunicacionais aos quais os jovens filiados aos estilos punk e hip-hop estão expostos. Para esta tarefa foi necessária a utilização da categoria classe social de modo a evidenciar situações de desigualdade social que concorrem para mobilizar os jovens na definição das suas identidades coletivas e pessoais. Deste modo, o livro contesta uma visão muito em voga, a de que podemos reduzir a luta política à batalha pelo reconhecimento, investigando os modos pelos quais a problemática de classe está relacionada com as lutas relativas às identidades. Em um minucioso percurso de imersão na pluralidade das dinâmicas juvenis, para além das tradicionais manifestações ligadas ao gauchismo, a pesquisa contribui para a fixação de uma outra memória da identidade nas suas interfaces com o regional, o nacional e o internacional.