Nesta obra, o filósofo e teórico político alemão apresenta uma análise crítica da controvérsia entre liberalismo e comunitarismo, formulando uma contribuição para clarificar conceitos fundamentais de uma teoria da justiça. Discípulo de Jürgen Habermas, Rainer Forst realiza ricas reflexões sobre o conceito de "justiça". Em geral simbolizado de modo imparcial, este conceito é revisto sob o pano de fundo das contextualizações históricas, buscando evidenciar o que há de específico naquilo que é considerado justo em cada época ou cultura. Nas palavras do próprio autor "a diferenciação dos ‘contextos da justiça’ deve ajudar a esclarecer as condições normativas segundo as quais a estrutura básica de uma sociedade pode ser considerada justa". Publicado pela primeira vez na Alemanha, em 1994, Contextos da justiça discorre sobre autores comunitaristas - como Michael J. Sandel, Alasdair MacIntyre, Charles Taylor e Michael Walzer - e liberais - como John Rawls, Ronald Dworkin e Joseph Raz. Surge daí uma abordagem original e sintética dessas duas perspectivas filosóficas, conduzida com destreza por Forst. Dividida em cinco capítulos, a obra se desenvolve sobre quatro categorias: a constituição do eu, a neutralidade do direito, o ethos da democracia e a concepção da teoria moral universalista. O quinto capítulo é dedicado à teoria de "contextos da justiça" propriamente dita. Forst entende que, apenas a partir da consideração desses quatro conceitos, pode-se criar uma teoria do direito suficientemente ampla. Em meio a essas questões, o autor também discorre sobre termas candentes como a democracia discursiva e a crítica feminista do liberalismo, o multiculturalismo e a sociedade civil. Trata-se de uma obra provocativa, de grande interesse para filósofos, para estudiosos da teoria política, das questões do liberalismo e do comunitarismos e todos aqueles que se importam com os debates em torno da justiça social e política.