Há uma certa premissa na escrita filosófica que exige que o autor se confronte com interlocutores. No caso particular de Nietzsche, essa exigência se converte em verdadeira obsessão, de forma que, no conjunto de sua obra, o filósofo alemão expressa das mais diversas maneiras a necessidade de ter aqueles a quem se dirigir, seja na forma de "diálogos" ou de "duelos". Essa busca inquieta por seus interlocutores é o tema do livro Nietzsche, seus leitores e suas leituras, da professora titular de Filosofia Contemporânea da USP, Scarlett Marton.