Amor & Amargor: crônicas agridoces ressalta a contradição que permeia os aspectos fundamentais da nossa existência: o amor à vida, ainda que diante da certeza da morte; a angústia da morte, apesar do conforto dessa convicção única; o nosso desprezo pelo tempo, a despeito de sua indissociável relação com a vida; o amor obstinado à fé, em oposição ao progresso da ciência; o amor ao conhecimento e ao desconhecido, mesmo diante de nossa miséria social e cultural; e, por fim, o despercebido amor ao fútil, ao estéril e ao desnecessário, em detrimento do amor à natureza e à própria vida. Mas se, por um lado, esse ciclo vicioso de amores contraditórios pode revelar-se profundamente embaraçoso, por outro, é a incoerência desses sentimentos que oferece o tempero agridoce da realidade humana. E quando o assunto é incoerência, o autor não hesita em colocar-se como exemplo ilustrativo, numa desatinada tentativa de vivenciar a essência como forma de superação do supérfluo e do mesquinho de cada dia.