“O princío da crueldade”, de Clément Rosset, constitui um momento de pausa na obra do autor, que, através deste livro, retoma e clarifica as suas teses principais, quer dizer, as primeiras, surgidas em sua obra de juventude, como as fundamentais e únicas de seu pensamento. Porque Rosset expõe sempre a mesma idéia: o homem é incapaz de suportar a realidade em sua dimensão essencialmente trágica e dolorosa. A filosofia ocidental inventa certezas metafísicas e religiosas pela incapacidade humana de tolerar a crueza e unicidade do real.