A historiografia brasileira tem se dedicado ao estudo da escravidão e, por conseguinte, do tráfico de escravos há bastante tempo. Apesar da recorrência do tema, é forçoso reconhecer que ainda há muito a ser respondido. Além disso (e nunca é demais lembrar), cada rede, rota, área e época se organizou a partir de agentes e práticas específicas, de modo a lograr lucros sempre crescentes. Isto posto, a organização do tráfico no Maranhão procurou responder aos desafios impostos pela natureza, pela Coroa e pelo mercado. O objeto de estudo deste trabalho é o tráfico de escravos para o Maranhão e o objetivo é mostrá-lo em três momentos distintos: nas primeiras décadas após o início do povoamento (1671-1755); durante o período de monopólio da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1756-1777) e nas últimas décadas do século XVIII e início do XIX com o predomínio da rota entre a Alta Guiné e o Maranhão (1778-1802). Pretende-se, também, mostrar os efeitos do tráfico na (...)