A obra da poetisa carioca Gilka Machado (1893-1980) surgiu em meio às fecundas transições pelas quais a literatura brasileira passava, no início do século XX, e provocou escândalo de público e de crítica. Seus primeiros livros, Cristais partidos (1915) e Estados de alma (1917), revolucionaram a poesia de autoria feminina no Brasil por trazerem versos plenos de um erotismo, ao mesmo tempo sensual e transcendente, que chocaram a época por transgredirem o papel social convencionado às mulheres escritoras. No livro Nos domínios de Eros: o Simbolismo singular de Gilka Machado, Fernanda Cardoso Nunes faz uma revisão da crítica literária acerca da obra de Gilka Machado, analisando também o fenômeno erótico de sua poesia, conferindo-lhe uma posição singular dentro da literatura brasileira. Investiga como a escrita do corpo, até então interditada às mulheres que se dedicavam à literatura, constitui traço definidor e inovador dentro do seu fazer poético, representando uma força [...]