Estamos diante de um caleidoscópio de imagens e palavras, presumimos no passar de olhos por estas páginas, o constatamos ao fixar o olho, e agora o pegamos na mão: temos muito o que espiar por aqui. Vamos chamá-lo de um livro de contos, e o nomear: Lá Dentro. Inteirados destas histórias – dizemos: os acontecimentos –, não se poderia afirmar com certeza se Joaquim Maria Botelho está revelando, insinuando, tecendo uma tarrafa de existências ou simplesmente fazendo girar o caleidoscópio onde se erguem, para em seguida se fragmentar em entrelinhas, as letras das narrativas, o suor, e todas as imagens. Alguns destes acontecimentos se dão em varandas, quintais, campos a céu aberto, subterrâneos da terra, a zona rural. Digamos que ele esteja sentado em cadeira de balanço no alpendre, espiando da grande janela de madeira ou digitando em máquina de última geração, mas sempre estará na vertente por onde a vida passa, a letra alfa de suas observações.