Tendo como base conceitos como epistemicídio, colonialidade do saber, dispositivo de racialidade, racismo epistêmico, branquitude e heteronormatividade, descrevo o modo como a literatura científica sobre o suicídio ignora a interseccionalidade com os marcadores de raça, classe e gênero, e os efeitos político-científicos desse silenciamento. PORTANTO: Na clandestinidade gritei. Fiz usos de várias histórias, Que a sociedade silenciou, Histórias que talvez ninguém se lembrará amanhã. A partir da inserção em movimentos de militância e por meio da participação em redes sociais, passei a acessar narrativas que abarcavam a interseccionalidade de raça, gênero, sexualidades e comportamento suicida, permitindo então problematizar a invisibilidade do tema na literatura científica. O acesso a este tipo de recurso se justifica por uma tentativa de acessar formas de expressão da vida que não encontram registros nos discursos acadêmicos hegemônicos, visto que, tais discursos são marcados por uma epistemologia colonial e branco-heteronormativa. Portanto, se desejo contornar as bordas do invisível, isto é, tornar visível aquilo que sendo existente foi tornado invisível pelos saberes e dispositivos de produção do conhecimento hegemônicos, acredito na necessidade da construção de modos de fazer pesquisas que visualizem outras formas de produção do que pode ser chamado ‘dado empírico’. É (...) Neste cenário que este livro surge (...)