Warburg suscita em nós o sermos transgressores imaginativos e ensina-nos também a saborear a estranheza de podermos restituir a cada coisa aquilo por que ela já esperava. Deixamo-nos enredar na matéria a analisar, sem sabermos onde nos leva esse enredamento. Aqueles que elegem a multifacetada obra de Warburg como território de pesquisa, fruição e aprendizagem sabem que se poderão movimentar por um muito amplo conjunto de áreas do conhecimento entre as quais se anulam os abismos: Antiguidade Clássica, Antropologia, Arquitectura, Astrologia, Bibliotecas e Ciências Documentais , Ciências da Cultura, Dança, Estética e Filosofia da Arte, Etnologia, Filosofia da Linguagem, Fotografia, História, História de Arte, História das Religiões, Iconologia, Imagem e Comunicação, Memória, Mitologia, Psicologia, Psiquiatria, Simbologia, Sociologia, Teoria da Cultura. Com todos estes campos do saber criou Warburg electivas relações que se passaram a manifestar segundo a necessidade de querer das artes e culturas conhecer a vida interna, dando-lhes configuração renovada muito para além do seu acontecer histórico, deslocando-as assim dos seus tempos e espaços próprios