Os sistemas não existem na natureza mas no espírito dos homens" (Claude Bernard). Acreditando, em 1865, condenar com uma réplica o que viria a ser um impasse duradoiro para a noção de Sistema, o grande psicólogo Claude Bernard dava-lhe ao contrário a sua grande oportunidade. Se o conceito de Sistema é criado pelo espírito humano, torna-se possível desenhá-lo de modo a que este se revele tão útil quanto pouco embaraçoso; o homem pode então, com a ajuda deste conceito extraordinariamente fecundo, construir representações da complexidade na qual deve viver e agir sem poder nem dever mutilá-la: "modelizar" através de um sistema não é reduzir para simplificar. Para isso, é necessário dotar este objecto artificial que é o Sistema Geral (ou o Sistema em Geral) de um corpo de propriedades coerentes, organizadas numa teoria, depois apresentar esta construção segundo o modo de utilização: uma teoria da "modelização" dos objectos ou dos fenómenos complexos (e, portanto, em particular, dos objectos sociais). Propõe-se, aqui, nesta importante obra, a realização de tal tarefa, graças aos trabalhos e experiências que se vêm acumulando, desde há trinta anos, por toda a parte; a convergência de tantas disciplinas, de pesquisas teóricas e de experiências apaixonantes, podia e devia ser proposta para servir a inteligência dos homens na acção. A emergência teórica, pedagógica e prática da "sistémica". JEAN-LOUIS LE MOIGNE, engenheiro, é professor de Ciências dos Sistemas, desde 1971, na Universidade d´Aix--Marseille III, depois de ter assumido, durante treze anos, responsabilidades diversas num grupo industrial. Desenvolve os seus trabalhos de investigação nas áreas das ciências da engenharia e das ciências sociais (engenharia dos sistemas técnicos, económicos, sociais). Director do Groupe de Recherche en Analyse de Systhème et Calcul économique (associado ao CNRS), é, também, membro de várias associações científicas nacionais e internacionais