O livro chega em boa hora para nos auxiliar a lidar com os desafios e problemas de uma cultura construída principalmente sobre os valores do mundo Masculino e sem a devida irradiação do Feminino. Esta cultura se sente hoje sufocada. A retomada do Feminino e de sua relação dialógica e amorosa com o Masculino será um caminho importante para o advento de um outro tempo. Anna Patrícia Chagas Bogado traz com este trabalho valiosa contribuição para enfrentar estes desafios. Ela encontrou na figura de Maria Madalena aspectos importantes que nos sugerem pistas à integração dos elementos contraditórios de nossa condição humana, de modo especial o Masculino e o Feminino. Fundamentando sua leitura principalmente em C.G.Jung e em Jean-Yves Leloup apresenta uma rica análise do percurso de Maria Madalena de pecadora à iniciada, revelando aí o modo como uma certa tradição cristã ao mesmo tempo demonizou e divinizou o Feminino sem conseguir integrar de maneira positiva o amor, a espiritualidade, o corpo, a sexualidade e as contradições do processo de construção do si mesmo. Esta é uma tarefa difícil e a vida de Maria Madalena é rica de ensinamentos para quem queira fazer-se em inteireza e liberdade. É isto que este trabalho nos mostra