O que resta de autenticamente religioso em uma época como a nossa, em que, mais do que em outras, se registra uma explosão de formas diversas de espiritualidade? Além das fúlgidas aparências, o Deus invocado de forma diversas em muitas línguas, em muitos ritos e em variadas formas de religiosidade parece, na verdade, despedir-se do mundo e deixar apenas um desejo infinito de proteção, conforto, segurança: ou seja, apenas o resto exangue da história e da tradição do cristianismo, muito atrasado para governar um tempo dominado pelas implacáveis descobertas técnico-científicas. Solicitando à técnica que não faça o que pode fazer, a ética cristã parece com patética. Em situação semelhante encontra-se a ética leiga num mundo que se tornou incerto pelo fato de que, hoje, a capacitade de fazer do ser humano é superior à sua capacidade de prever e de governar a história. ¨Rastros do sagrado¨ traz provocativas reflexões acerca do papel da religião e especificamente do cristianismo no mundo atual.