No século XIX, as crianças trabalhavam majoritariamente em espaços fabris que concentravam meios de produção, matéria prima e força de trabalho. Nesse espaço eram realizadas as várias etapas do processo produtivo até a montagem final do produto. A criança tinha jornadas de 17 horas diárias, e os contratantes solicitavam menores com aparência física que permitisse a adulteração das idades. As crianças sofriam de deficiências e deformidades oriundas das más condições de vida e da exploração precoce. Hoje, elas continuam trabalhando, mas os espaços estão pulverizados e neles ocorrem processos fragmentados de produção de mercadorias. O trabalho da criança pode até ocorrer com a aparência de serviços gerais, mas é essencial à produção e/ou à manutenção da forma de produzir mais-valia. Em Santa Catarina, o trabalho infantil na indústria de calçados, na do fumo, na produção e no beneficiamento da cebola ou do tomate, em todos, tal como num espelho partido,[...]