Breu é um grito. De dor, de raiva, de alívio, de socorro, de medo, e, principalmente, de coragem. Enquanto conta as dificuldades que viveu, desde criança, até se assumir homossexual, na juventude, o autor nos fala também sobre nós mesmos. Nossa história, nossa cultura, nossa sociologia, nossas limitações, nossos julgamentos, nossas sentenças, nossas perguntas, nossas tentativas de compreender os seres humanos. Que grande favor para a humanidade é este livro de Geraldo Maia. Quando grita olha eu aqui, ele também está pedindo por todo mundo. Mas não para por aí. Ele já soltou seu grito, mesmo assim ainda parece pedir mais: grita, minha gente! Que utilidade tem um grito guardado? Ao terminar a leitura, nos sentimos tão heróis quanto Geraldo. Ficamos honrados. Esse grito também é meu, também é seu, é democratizado. Grita, minha gente! Liberta que serás também, como disse Vinicius de Moraes. Adriana Falcão