Como havia de ser (e geralmente não é), o livro principia por onde se espera e recomenda: pelos princípios. Embora seja um estudo destinado sobretudo ao candidato que se prepara para a prova de sentença nos concursos de ingresso às carreiras da Magistratura do Trabalho, LUDWIG desde logo apresenta ao leitor as premissas gerais do pós-positivismo e do neoconstitucionalismo, revelando ao juiz - atual ou futuro - que a lei em sentido formal não é o seu cadinho maior. Para além dela, há as regras constitucionais; e, acima delas, os princípios constitucionais. Todos esses elementos podem e devem servir de fundamento à decisão judicial, mas com a ordem de prioridade que se espera em um regime constitucional minimamente coerente: o juiz desce da Constituição para as leis, e não o contrário... Familiarizado com esse novo horizonte de valores, seguem breves explanações sobre as características de uma boa sentença: clareza, coerência, completude, congruência, certeza. E, na sequência, o estudo estrutural das sentenças ? sem descurar da mais recorrente dinâmica do pensamento pós-positivista (a saber, o equacionamento de colisões de normas-princípios pela máxima da proporcionalidade e pela "precedência condicionada" alexyana) ? e a análise cuidadosa das grandes questões-tipos do processo judicial, sejam elas questões-de-direito (preliminares em geral: pressupostos processuais, condições da ação, competência etc.) ou questões-de-fato (em especial as do juízo probatório). E, é claro, um indispensável capítulo dedicado a oferecer modelos de solução relativos às mais representativas dentre aquelas referidas questões-tipos. Ao final, resolvem-se provas reais subministradas em recentes concursos públicos. Do Autor, ademais, basta dizer que é mestre em Direito pela prestigiada Universidade Federal da Bahia (2011) e atua como juiz do Trabalho substituto no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (Bahia), sendo o atual coordenador executivo da Escola da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 5ª Região. Sabe, pois, do que fala. Já é tempo de reconhecer que, em Direito - ou ao menos no direito judiciário -, menos é mais. Em tempos de duração razoável do processo, metas de produtividade (nem sempre razoáveis) e multiplicação dos acessos à Justiça, o juiz precisa se adequar ao seu tempo, preservando os conteúdos de justiça que quer imprimir às suas decisões. Para tanto, deve manejar boas técnicas e dominar grandes esquemas mentais. Neste livro, que é simples e direto ? e nem por isso menos erudito ?, o leitor encontrará, para essa "ambientação", uma excelente ferramenta. Que tenham vida longa, a obra e o ímpeto!