O romance de Ian McEwan começa no cenário macabro de um crematório londrino. Amsterdam desenvolve-se na fronteira entre o thriller , o suspense e o que se convencionou chamar de humor negro. Também pode ser visto como um instigante tratado sobre a amizade e a inexorável confrontação com a morte. A idéia da trama, segundo o próprio autor, surgiu de uma conversa com um psiquiatra amigo sobre as terríveis conseqüências do mal de Alzheimer. Se um deles fosse acometido pela doença, o outro seria amigo o suficiente para livrá-lo do fim humilhante, da demência progressiva? Mas não é um romance sobre eutanásia ou defesa de tese. Quem conhece Ian McEwan sabe que sua opção é, preferencialmente, semear dúvidas e colher dilemas.