Em janeiro de 1678 é publicado no primeiro número da revista Le Mercure Galant este texto surpreendente por seu estilo e tema. De autoria de Madame de La Fayette, cuja identidade somente foi revelada em 1780, a obra conta com refinamento e sutileza a história de uma paixão ilícita e suas consequências trágicas: a morte do marido e o enclausuramento da viúva, movida pelo remorso, num convento. É considerado pelos críticos o romance que inaugura os tempos modernos, trazendo um retrato da Corte seiscentista, onde tudo é regido pela vigilância recíproca e pela dissimulação. A Princesa de Clèves é exemplo de uma nova maneira de se conceber a forma romanesca que alia ficção e história, permitindo ao leitor identificar os sentimentos dos personagens com os que ele próprio experimenta.