Em tempo próprio, a língua poética de Amneres captura instantes intensos de paisagens humanas, recortadas em planos preciosos da geografia brasiliense: e o que era visto como dado e feito, pronto, ganha a densidade da mutação em movimento, quase visível, a olhos nus, como se nos fosse dado presenciar uma outra realidade revelando-nos além da imediatez, uma outra face na mesma face, a densidade vital que, nas corredeiras do cotidiano, perde-se da nossa atenção e cuidados. Como um rio, a poesia de Amneres flui e, fluindo, devela. Zélia Stein.