O escritor Karleno Bocarro nasceu em Fortaleza em 1964. Aos 23 anos partiu para a Alemanha onde permaneceu oito anos, vindo a cursar, na Universidade Humboldt, de Berlim, história, ciência da cultura e filosofia. Tem mestrado sobre a estética em Friedrich Nietzsche e é também tradutor e professor universitário. Este seu romance trata da história de projetos que não se concluem, de ambições jamais alcançadas, de pessoas que se tornam títeres das circunstâncias, e que, eternamente deslocadas, não encontram conforto senão em suas pequenas misérias. Ambientado na Alemanha Oriental de fins dos anos 80 e, pois, da queda do muro , o romance conta a história de um estudante brasileiro, perdido entre a euforia do novo e a nostalgia do velho regime. Entre as drogas e a ambição literária. Entre ser e não ser. A analogia com Hamlet não tem nada de casual, sobretudo porque, como o príncipe da Dinamarca, o nosso herói passa muito tempo hesitando, em elucubrações e devaneios, e, sempre que age, é para deixar o ruim muito pior. Mas não pense o leitor que As Almas que se Quebram no Chão é um daqueles romances psicológicos em que nada acontece, tipo sessão de psicanálise. Longe disso. Ancorado na tradição de Memórias do Subsolo, de Dostoiévski, e do melhor beatnik norte-americano, o livro é cheio de energia, de ação, e muita coisa acontece, afinal.