Quem não conhece a história do boneco de madeira que ganhou vida, dono de um nariz que crescia cada vez que contava uma mentira? As várias confusões de Pinóquio, seu desejo de aventuras e a incansável determinação de Gepeto em transformar sua criatura em um garoto comportado têm encantado os leitores desde 1881, quando o escritor italiano Carlo Collodi começou a publicar os episódios de "Storia di un burattino" (História de um boneco) em um jornal voltado para crianças, o Giornale dei Bambini. Dois anos depois, a história foi publicada na forma de livro, As aventuras de Pinóquio, futura inspiração para a animação produzida pela Disney em 1940 e um clássico até hoje. Lições de moral não faltam no livro. Os perigos que rondam Pinóquio e sua teimosia em ignorar os avisos de sua consciência (no caso, o Grilo Falante) levam o pequeno leitor a refletir sobre as consequências de nossas decisões. Da mesma forma, o esforço que o boneco faz para recuperar o que considera perdido, como o afeto de Gepeto e a possibilidade de uma vida sem sobressaltos, fazem pensar sobre o que realmente tem importância. "Os meninos que ajudam com amor os próprios pais nas suas misérias e doenças sempre merecem louvor e afeto, mesmo que não possam ser usados como modelos de obediência e de boa conduta. Crie juízo para o futuro e será feliz", aconselha a Fada Azul, outra personagem marcante da história de Collodi. Em As aventuras de Pinóquio, a trajetória do boneco ganha nova tradução de Pedro Falleiros Heise, especialmente para esta edição. Formado em letras pela Universidade de São Paulo, Pedro defendeu mestrado sobre a introdução da Divina Comédia no Brasil e doutorado sobre a presença de Dante Alighieri no país. As ilustrações que enriquecem o volume são de Quentin Gréban, premiado artista belga que já ilustrou mais de 40 livros infantis em países como Alemanha, Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, França, Inglaterra e Estados Unidos.