Como uma "mídia bastarda" da TV e do cinema, os vídeos musicais se tornaram algo mais do que um gênero. Resultado de sua velocidade de produção e exibição - e do fato de ser um produto de consumo gerado e exigido pela indústria -, os videoclipes passaram a ser habitados por artistas capazes de vencer as limitações da mídia. Com a ausência de hierarquia entre o velho e o novo, o tecnológico e o artesanal, o videoclipe coloca em movimento todo o repertório do mundo. Comunismo da Forma - Som, Imagem e Política da Arte, organizado por Fernando Oliva e Marcelo Rezende, propõe uma investigação das possibilidades apresentadas pelo formato do vídeo musical, ao mesmo tempo produtor e conseqüência do nosso momento histórico - o hipercapitalismo. O livro surgiu a partir da exposição Comunismo da Forma: Som + Imagem + Tempo - A Estratégia do Vídeo Musicais, mas não é um catálogo. Trata-se de uma publicação que debate os temas levantados pelo projeto por meio de ensaios e entrevistas, textos que refletem a respeito da força do império das imagens quando este se une a uma nem sempre descartável canção para criar um comentário sobre a política e a sociedade. Entre os autores que participam do livro estão Anselm Jappe (filósofo italiano, autor de L’avant-garde inacceptable : Réflexions sur Guy Debord), Nicolas Bourriaud (curador e crítico francês, autor de Estética Relacional e Post-Production), Charity Scribner (autora de Requiem for Communism), Alexei Monroe (autor de Interrogation Machine: Laibach and NSK) e Earl Miller (curador canadense).