O fim da educação é a formação do indivíduo autônomo. Mas o que é um indivíduo autônomo? E, no plano coletivo, o que é uma sociedade autônoma? Pensa e age autonomamente o indivíduo que não é dominado pelo discurso ou pela vontade do outro. Ora, a escola precisa trabalhar justamente na transmissão-assimilação do discurso do outro, os conteúdos. Mas pode fazê-lo de muitas formas. A escola cidadã, formadora do indivíduo autônomo, alimenta-se do discurso do outro, mas o reelabora para torná-lo seu, para que o outro não pense por mim, não fale por mim, como ocorre com o indivíduo alienado. Autonomia conduz diretamente à cidadania. Autônomo não é o indivíduo isolado. Pelo contrário, autônomo é o sujeito ativo, sujeito da práxis. Se lutarmos pela autonomia é que a desejamos para todos. Uma sociedade autônoma é uma sociedade autocontrolável, autodirigida, onde suas instituições promovem e facilitam a autonomia individual. Nas condições atuais, pode a escola fazer alguma coisa nesse sentido. Esse é o tema desse pequeno ensaio.