A Polícia Militar encara jovens negros como potenciais bandidos ou elementos perturbadores da ordem pública. A PM, no entanto, oferece a negros e pobres, possibilidades de mobilidade social. Apesar das precárias condições de trabalho, PMs negros sentem-se protegidos na corporação. Dados sobre a conduta de policiais não brancos, que usam de violência contra a população negra, nos oferecem subsídios para levantar a hipótese de que mecanismos de projeção fazem parte do complexo casual, que move esses policiais para a ação de violência contra negros. Vítimas, eles mesmos, de discriminação na infância e na juventude, o sofrimento do passado, tornado inconsciente, pode manifestar-se em transtorno de conduta quando munidos de uma arma diante de um jovem negro. Psicólogos, sociólogos e cientistas em geral, ao se debruçarem sobre esta problemática, podem contribuir para avançar nas pesquisas e respostas sobre o complexo casual da violência do negro contra o negro.