Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831-1852), escritor e poeta romântico, foi em tudo coerente com a arrebatada opção estética (o romantismo) que fez: genial, culto, precoce, construiu uma obra pequena, porém clássica, dentro da língua portuguesa e morreu de tuberculose aos vinte e um anos incompletos. Teve praticamente toda a sua obra publicada após a sua morte. Como escritor brilhante que foi e poeta original e talentoso, a qualidade da sua obra surpreende pela precocidade com que foi concebida. Discípulo dos românticos europeus como Byron, Hoffmann e Shelley, seus textos refletem o ambiente da época, onde a literatura estava impregnada de pessimismo, ceticismo, morbidez e pressentimento da morte. Escreveu Noite na Taverna um clássico composto de sete contos "fantásticos", como dizia o próprio autor, e povoados por fantasmas, aventureiros, mulheres, demônios, amor e morte , Lira dos 20 Anos, Macário e outros textos como a série humorística Spleen e Charutos, os poemas narrativos O Condo Lopo e Poema do Frade etc. Somente Discursos, lançado em 1849, foi publicado em vida. Macário demonstra o talento dramático de Álvares de Azevedo. Nele se vê o grande dramaturgo que ele poderia ter sido. Assim o crítico Antônio de Alcântara Machado descreveu este livro: "A literatura dramática brasileira perdeu em Álvares de Azevedo a sua maior esperança, talvez seu verdadeiro iniciador, capaz de fazer escola, com influência bastante para desviar para o teatro grande parte do pendor nacional para a poesia".