O Brasil é hoje o terceiro país com a maior comunidade evangélica do mundo, perdendo apenas para China e Estados Unidos. Isso quer dizer que já pode caminhar com as próprias pernas, não precisando mais da atuação de missionários estrangeiros? A resposta para tal pergunta ainda carece de muita reflexão, mas é fato que o movimento pela "moratória missionária" cresce aceleradamente em terras tupiniquins. Em "O último missionário" essa questão é colocada à prova diante da análise dos erros e acertos de centenas de missionários que aqui aportaram em meados do século 19, trazendo quase sempre consigo uma visão politicamente direitista, com distanciamento das questões sociais e culturais do Brasil. Se a igreja evangélica brasileira está passando por uma profunda transição, este é o momento para se discutir o futuro dos missionários estrangeiros e começar a remover o azedume que, ao longo dos anos, a teologia fundamentalista deixou na estrutura das congregações. Caldas trata também do futuro do trabalho missionário brasileiro em outros países, debatendo prioridades e reformulações. Afinal, por que ainda tantos missionários tupiniquins insistem em escolher como base de seus ministérios países do primeiro mundo, como Estados Unidos e Alemanha? Por que não abraçam com a mesma disposição e coragem outros campos, como Bangladesh e Nigéria, onde o Homem, diante de tamanha miséria e desesperança, perdeu Deus de vista?