Em Sociologia do movimento de Jesus (1977), Theissen defendeu quatro teses: no começo do cristianismo primitivo havia carismáticos itinerantes sem pátria, vivenciando uma ética radical; faziam parte de um movimento intrajudaico de renovação; seu surgimento foi condicionado por uma crise da sociedade judaico-palestina; sua resposta a essa crise era uma visão de amor e reconciliação. Da revisão desse escrito, surgiu o presente livro. A estrutura continua a mesma. A tese do radicalismo itinerante também é defendida aqui. Os carismáticos itinerantes eram considerados a medula do movimento de Jesus, um movimento intrajudaico de renovação, desencadeado por Jesus no âmbito sírio-palestino, que floresceu entre 30 e 70 d.C. Neste livro ele é ambientado ainda mais na história do povo judeu pela comparação com outros movimentos de renovação do judaísmo. Em conseqüência, defende-se a tese de que esse movimento aprendeu do fracasso de outros anteriores e assimilou experiências prévias. Somente assim foi capaz de, na forma do jovem cristianismo dele decorrente, sair da cultura autóctone, penetrando e alterando a cultura estrangeira superior. O autor descreve sua realidade histórico-social e psicológico-social. Suas análises mostram que, em vez do poder, os seguidores de Jesus realizaram uma revolução dos valores, das normas e das convicções religiosas. A esse movimento devemos algumas das nossas mais preciosas tradições.