A violência parece estar presa num processo de escalada que lembra a propagação do fogo ou uma epidemia. Contudo, é como se ainda faltassem palavras para dizer ou descrever a violência dos dias de hoje. Neste livro, René Girard questiona o relativismo que parece dominar o pensamento contemporâneo, pois ele deseja apreender a violência que se encontra na raiz de toda ordem simbólica. Afinal, a violência não é apenas política, muito menos exclusivamente biológica, mas, sobretudo, ela é mimética. Por isso, para fazer frente à complexidade da circunstância atual, é preciso compreender o motor de toda imitação. Este livro é composto por três ensaios e uma longa entrevista com Maria Stella Barberi, destacada colaboradora do pensador francês. Os ensaios lidam com questões polêmicas, constituindo a primeira parte do livro, provocadoramente denominada "Contra o Relativismo". Na entrevista, o pensador francês revela as grandes linhas do seu trabalho, além de explicitar os pontos de convergência e diferença em relação à obra de Claude Lévi-Strauss. Alerta, sempre se transformando, podendo revisar antigas análises para aprofundar os problemas contemporâneos, a teoria mimética reserva ao leitor belas surpresas.