Oitenta anos depois da composição dessas teses impressiona a absoluta atualidade delas. A necessidade de se repaginar a história do ponto de vista dos vencidos é imperativa. Ela deve estar na base de qualquer projeto digno de um viver em comum que vise nos catapultar para fora desse nosso momento histórico de triunfo do neocolonialismo, do negacionismo da crise ambiental, da homofobia, da misoginia, do racismo, de fobia à política, à democracia e aos direitos humanos. Se revisionistas neofascistas estão galgando o poder hoje é porque também não soubemos nos aparelhar politicamente com uma história estruturada de modo forte o suficiente para resistir aos ataques negacionistas e memoricidas. O revisionismo fascista que quer glorificar ditaduras e torturadores exige uma resposta que se dá, antes de mais nada, no campo da guerra das imagens, para usar uma expressão do cineasta e videoartista Harun Farocki. Benjamin afirmou há oitenta anos que estávamos \perdendo essa batalha. Cabe a [...]