Imagine inventar lendas, reescrevê-las, se inspirar nelas para relatar e revelar o Mato Grosso do Sul. Pois este livro é isso! É dessas narrativas e literaturas que ele trata. Fala do tempo das Missões, de fazendeiros e boiadeiros, dos bichos e plantas (com os quais inventa lendas super sul-mato-grossenses), da História até com H maiúsculo. Pinta cenários e imagina espaços para a Mula sem Cabeça e o Lobisomem. Registra aparições e sustos do Pai do Mato. Não poderia faltar o Saci, Jacytatere, original, mestiço. Vamos do Pantanal ao som da viola de cocho para a Serra da Bodoquena, dos trilhos da Estrada Noroeste para os ervais da antiga Companhia Matte. A obra lembra, adota ou batiza os elementos culturais paraguaios, como o idioma guarani, Madrecita Caacupé e o Nhanduti. Numa mimética criação, parafraseia José Saramago, transladando os sagrados evangelhos para as paragens e situações da fronteira do Mato Grosso do Sul, suas gentes, seus espaços, usos e costumes. (...)