No dizer de um poeta, a modernidade entrou na História por um cortejo triunfal através do pórtico da Revolução francesa mas no alto desse pórtico estava a guilhotina. O símbolo representa bem o novo período da História de que trata este volume, a Era das Grandes Revoluções. É o momento em que a revolta da inteligência, preparada e planejada no século das luzes, chega ao plano das realidades políticas e sociais, manifestando-se numa convulsão sem precedentes. A Revolução Francesa inaugurou as perseguições propriamente modernas contra a Igreja, revivendo cenas dos primeiros séculos e antecipando as terríveis repressões anticristãs do século XX; mas sobretudo deu origem ao laicismo, a tentativa de uma sociedade inteira de prescindir por completo de Deus, de organizar-se e viver como se o Senhor da História não existisse. Mesmo a aparente tolerância do período napoleônico não passou disso, de aparência, pois o imperador quis assenhorear-se da Igreja e servir-se [...]