O livro conta a história de Justin Quayle, um diplomata inglês e jardineiro amador nas horas vagas. Justin e sua mulher, Tessa, vivem na África. A esposa do diplomata parece ser o seu oposto. Conhecida como a Princesa Diana dos pobres africanos, Tessa é uma raridade; uma advogada que acredita na justiça. Durante uma missão misteriosa, a jovem inglesa é assassinada brutalmente perto do Lago Trukuna, no norte do Quênia. Seu companheiro de viagem, um médico que trabalha junto a ONGs internacionais desaparece da cena do crime sem deixar vestígios. Com isso, Justin parte em uma odisséia pessoal na busca dos responsáveis pelo assassinato e da verdadeira história de sua própria esposa. Tessa estava envolvida em um processo contra uma grande multinacional farmacêutica que usava africanos como cobaias para testar novos medicamentos contra a tuberculose. Os efeitos colaterais da medicação muitas vezes eram fatais. A busca de Justin pela verdade o leva até o Ministério de Relações Exteriores, em Londres, à Europa, ao Canadá, de volta à África, ao Sudão e, finalmente, de volta ao ponto onde Tessa morreu. Pelo caminho, ele se depara com horror, violência e conspiração. Mas sua maior descoberta é a mulher que ele teve pouco tempo para amar. Embora apareça morta já nas primeiras linhas, Tessa Quayle vive intensamente ao longo de todas as páginas do livro e tem tudo para se tornar uma grande personagem não só de John le Carré, mas da literatura britânica, tão rica em heroínas românticas. A capacidade de Le Carré em construir cenas vívidas em cenários tocantes é plenamente explorada em 'O jardineiro fiel' . O pesadelo do homem enobrecido pela tragédia consegue ser ainda mais emocionante e complexo que os trâmites da Guerra Fria e o circo hipócrita e sujo montado pela inescrupulosa indústria farmacêutica do livro é ainda mais real e instigante que a tradicional guerra de espiões dos thrillers tradicionais.