Num dos trabalhos historiográficos mais importantes do século XX, Eric Williams expõe tese que se tornou clássica para entender a gênese do mundo moderno: o complexo escravista atlântico foi essencial para a capitalização que permitiu o arranque induPublicado originalmente em 1944, "Capitalismo e Escravidão" foi trabalho pioneiro em articular a análise sobre a formação do capitalismo industrial na Inglaterra à exploração dos africanos escravizados nas propriedades rurais do Novo Mundo. Embalado por uma pesquisa sólida e densa, fruto da tese de doutorado defendida anos antes em Oxford, Williams procurou derrubar os alicerces de uma interpretação canônica da história, produzida nas veneráveis universidades britânicas, que há longo tempo vinha servindo para a legitimação ideológica do império onde o sol nunca se punha. Ao adotar uma perspectiva profundamente inovadora, capaz de apontar como os processos históricos desenrolados no espaço atlântico constituíram uma unidade orgânica, Williams inscreveu a escravidão negra no cerne da gênese do mundo moderno.