As Antropologias Científicas, em razão dos pressupostos com que operam, têm a tendência de objetivar e objetificar o ser humano. Acontece neste processo o ocultamento e o esquecimento daquilo que se retrai e subtrai nesta objetificação. Essas descrições não estão erradas, pois isso que produzem é justamente o que delas se espera. Uma Antropologia existencial e originária não vem substituir a riqueza das descrições e representações do ser humano que aquelas nos disponibilizam, mas tem a função de despertar e manter viva a consciência dos limites e das possibilidades dos empreendimentos que as diversas investigações sobre o ser humano realizam. Tem o potencial de nos liberar das determinações e do aprisionamento na cotidianidade e na impessoalidade, âmbito no qual inicialmente nasce e se constitui o pensar sobre o mundo, sobre os objetos e sobre nós mesmos, e no contexto do qual normalmente nos mantemos. Por isso, do ser humano ao ser-aí, à humanidade no ser humano.