Maria da Conceição Tavares reúne uma poderosa mente analítica, nutrida em sua formação matemática, a uma profunda sensibilidade social. A primeira geração de economistas brasileiros possuía formação jurídica ou de engenharia civil. Viam a sociedade como um quadro institucional cristalizado ou como um conjunto de mecanismos. Maria da Conceição pertence à geração seguinte, primeira formada nas recém-criadas escolas de economia de nível universitário. Sua formação matemática não a levou para um cientificismo positivista, isso graças a uma forte dose de historiacismo que lhe veio da leitura precoce de Marx. Esse rico equipamento intelectual foi posto a serviço de um forte senso de solidariedade social. Sua vida tem sido um combate sem quartel para injetar racionalidade e sentido ético na política deste país que se notabiliza pelas desigualdades sociais..