Mais de um século após os trabalhos de Charcot, a idéia continua parecendo subversiva - os homens são, com mais freqüência do que reconhecemos, histéricos. Estes homens histéricos, estes errantes, os que fingem ser perversos ou que pretendem que o sexo não os interessa, estes homens que sofrem de impotência, de frigidez do sentimento ou de ejaculação precoce, que temem eles encontrar numa mulher? Através dos grandes textos fundadores de nosso imaginário contemporâneo (a Bíblia, Shakespeare, Cervantes, mas também Alfred Jarry, Albert Cohen, etc), pelo estudo das metamorfoses de Dom Juan, Jean-Pierre Winter desenha com atenção benevolente os contornos de um homem histérico perpetuamente instável, decepcionante, sempre alhures e sempre à espera.